uma madrugada aconchegante na baixa do porto

A cidade brilhava, emitindo ondas de luminosidade que competiam com o cintilar das estrelas e da lua. As pontes, apesar de silenciosas, formavam arcos grandiosos e determinados, enaltecendo a esplêndida cidade do Norte. O rio sussurrava versos de poetas e escritores enquanto percorria a cidade dormente, adormecendo, também, os barcos que lentamente baloiçavam na sua margem.

A Serenidade corria e dançava nas ruas, subindo e dando voltas a São Bento e aos Aliados. Passeava por Santa Catarina de mão dada com a Ternura, enquanto admirava as curvas dos edifícios e o sorrir dos azulejos brancos e azuis. De vez em quando, paravam e enchiam os pulmões com o ar do Desejo e da Aventura, mas continuavam a sentir o ritmo da música e do sentimento. Ao longo do caminho, encontravam-se com a Simpatia e o Abraço, entrelaçando-se com eles, convidando-os a sentarem-se ao seu lado, a ouvir as mesmas histórias de sempre, mas dessas eles nunca se cansavam.

Eventualmente, a noite iria chegar ao fim, a despedida batia a porta e a Saudade iluminava as suas almas. Naquele apertar final, as suas histórias flutuavam e ganhavam vida no céu, formando um harmonioso abrigo; um abrigo chamado Porto.